Em 28 de agosto de 2025, durante visita oficial do presidente panamenho José
Raúl Mulino ao Brasil, foi assinado um Memorando de Entendimento entre o
Ministério de Portos e Aeroportos do Brasil e a Autoridade do Canal do
Panamá. O acordo, com duração inicial de dois anos e possibilidade de
renovação, marca o início de uma cooperação estratégica em infraestrutura
logística, transporte marítimo e comércio exterior.
Principais eixos de atuação
- Intercâmbio de informações sobre portos e transporte marítimo entre os
dois países. - Desenvolvimento de novas rotas para exportações brasileiras via Canal
do Panamá, visando maior eficiência operacional. - Estudos conjuntos focados na descarbonização do transporte marítimo,
avaliando impactos econômicos e ambientais. - Programas de capacitação em gestão portuária e logística, com
compartilhamento de tecnologias para modernização das operações. - Ações ambientais que envolvem redução de emissões e controle das
águas de lastro dos navios.
Contexto e impactos estratégicos
O presidente Lula enfatizou que a visita marca “o recomeço de uma nova
relação entre Brasil e Panamá”, após 17 anos sem visitas oficiais de
presidentes do país centro-americano. Ele destacou que esse pacto deverá
impulsionar avanços em comércio, ciência e tecnologia, com benefícios mútuos
em prol da integração regional.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, observou que a
cooperação ampliará a competitividade do Brasil no comércio exterior, gerando
também novas oportunidades de investimentos.
Dados comerciais
O Panamá foi o maior parceiro comercial do Brasil na América Central em
2024, com um fluxo bilateral de US$ 934,1 milhões. Isso evidencia o peso
estratégico desse relacionamento para a infraestrutura logística brasileira.
Relevância para o setor aduaneiro e logística
- A abertura e modernização de novas rotas de exportação,
especialmente via Canal do Panamá, demandará a atuação de
despachantes aduaneiros capazes de lidar com normativas
internacionais e procedimentos logísticos robustos. - A ênfase em capacitação portuária e logística reforça a necessidade de
agentes aduaneiros atualizados e aptos a orientar empresas nos
trâmites de exportação. - A agenda ambiental — que inclui descarbonização e controle de águas
de lastro — exige conhecimento técnico e regulatório dos profissionais
que atuam na interface entre transportes, meio ambiente e comércio
exterior.
O Memorando com o Panamá representa um marco importante para o
fortalecimento da infraestrutura logística brasileira, promovendo integração
regional e sustentabilidade. Para o setor aduaneiro e de comércio exterior, o
momento exige fortalecimento técnico e regulatório para acompanhar esse
movimento de modernização e expansão comercial.