Em 23 de julho, um grupo de oito senadores brasileiros se reuniu com o
Itamaraty, representado pelo chanceler Mauro Vieira e pela embaixadora Maria
Luiza Viotti, para alinhar os objetivos da missão parlamentar que viajará aos
Estados Unidos no final de julho. A comitiva busca apresentar os impactos da
nova política tarifária americana, que prevê uma sobretaxa de 50% sobre
produtos brasileiros, e defender medidas que restabeleçam condições
comerciais mais equilibradas.
A missão, de caráter institucional, não terá negociações diretas com a Casa
Branca, mas pretende fortalecer o diálogo com parlamentares e empresários
norte-americanos. A delegação será liderada pelo senador Nelsinho Trad,
presidente da Comissão de Relações Exteriores, e contará com representantes
da base governista e da oposição.
Estratégia diante das novas tarifas
O aumento tarifário, que passará de 10% para 50% sobre diversas mercadorias
brasileiras, entra em vigor a partir de 1º de agosto. Diante disso, o Senado
aprovou, em 17 de julho, a criação da Comissão Temporária Externa para
Interlocução sobre Relações Econômicas Bilaterais com os Estados Unidos
(CTEUA). A missão será realizada entre os dias 29 e 31 de julho, com agendas
em Washington e Nova York.
Segundo o senador Nelsinho Trad, o objetivo é construir pontes de
entendimento com o Congresso norte-americano, buscando adiar a entrada em
vigor das tarifas e ampliar o conhecimento dos impactos econômicos da
medida, especialmente sobre os setores de agronegócio, carne bovina e café.
Possíveis impactos e desdobramentos
Mesmo com o anúncio das tarifas, o Brasil continua defendendo uma relação
comercial equilibrada e sustentável. Estima-se que, nos últimos 15 anos, o
comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos gerou um superávit de
aproximadamente US$ 410 bilhões em favor dos americanos.
O Itamaraty lamentou a imposição unilateral e reforçou que o país está aberto
ao diálogo por meio de canais bilaterais e também dentro da Organização
Mundial do Comércio (OMC), buscando soluções mutuamente aceitáveis.
Relevância para o Comércio Exterior
A Feaduaneiros vê com atenção a mobilização diplomática e legislativa
brasileira para preservar a estabilidade das exportações nacionais. A iniciativa
reforça a importância da articulação institucional para conter barreiras
comerciais, preservar empregos e assegurar a competitividade do Brasil no
cenário internacional.
A entidade destaca a relevância de ações coordenadas entre governo,
legislativo, setor privado e representantes do comércio exterior, como forma de
proteger cadeias produtivas, defender interesses legítimos e garantir a
previsibilidade das operações aduaneiras.
A Feaduaneiros seguirá acompanhando os desdobramentos da missão e
reafirma seu compromisso com a defesa de um comércio exterior justo,
transparente e integrado ao desenvolvimento econômico nacional.